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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Release: Paisagens Urbanas


(publicado originalmente na Revista eletrônica MundoMundano)

Paisagens Urbanas, é o nome da exposição de Antonia Domingues, Jorge Feitosa e do mundano Cláudio Manculi que abre no Bar Kabul na próxima terça feira, dia 29/11 as 21h.


Sob minha curadoria, a exposição tem a intenção, além da evidente função de divulgar o nome destes três brilhantes novos artistas, de mostrar três olhares distintos sobre o mesmo tema: a cidade. Enquanto Jorge Feitosa foca nos elementos arquitetônicos e têm em Richard Avedon e João Luíz Musa suas referências, as fotos de Antônia trazem sempre algo entre o onírico e o absurdamente concreto, nesse paradoxo que inunda a alma feminina, criando cidades de sonhos reais. O mundano Cláudio Manculi, por sua vez, apresenta fotografias que estão em algum lugar entre o surreal e o fantástico, com forte influência da pintura impressionista, seja pela forma como trabalha as cores e a luz de suas paisagens ou pelas inusitadas sobreposições de suas imagens, que conferem a elas uma sensação de que aqueles locais não pertencem ao mundo ao qual conhecemos.


Está em jogo na exposição assim formatada, a pluralidade de opiniões e as múltiplas questões envolvidas no relacionar-se com a cidade, muito embora, reconhecidamente, o foco destas questões estejam no lirismo e na paisagem em si e não nas relações sociais que nela se encerra. Não há nas fotografias dos três artista aqui escolhidos e reunidos um foco para os claros problemas das cidades metropolitanas. Não se tratam em absoluto de fotografias-denúncia do que é cotidiano na cidade.


E muito ao contrário destas, que muitas vezes apenas explicitam as questões já conhecidas, sem qualquer reflexividade sobre o porquê dos problemas e do próprio espaço urbano, há nas fotografias líricas desses três artistas, um olhar justamente para o que há de esquecido e o que tem de ser diuturnamente construído por nós para suportar a existência nesse espaço cujo conceito dominante (e até meu mesmo) sobre esse espaço que, muitas vezes, é a própria metáfora de tudo o que constrange, impede e bloqueia o exercício pleno da liberdade, da convivência, da afetividade e da feminilidade.


A partir das 22h vamos propor uma conversa com os artistas para que os expositores possam debater seus processos criativos e a sua relação com a cidade.


Para a abertura, contaremos ainda com discotecagem do que achei por bem chamar de “música urbana paulista” (de Premeditando o Breque e José Miguel Wisnik a Ultraje a Rigor e Inocentes) para que a festa vire também balada!

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