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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Exposição: Cris Garcia: Máscaras do Eu






Esposa, mãe, empresária, filha, estudante…as mil faces de uma pessoa. Mas qual delas é a verdadeira? Todas e nenhuma. Nos angustia ter de sustentá-las e ter de vivê-las querendo vivenciar a nós mesmos. Isso é o cotidiano,
aquilo que nos é dado cada dia (ou que nos cabe em partilha), nos pressiona dia após dia, nos oprime, pois existe uma pressão no presente. Todo dia, pela manhã, aquilo que assumimos, ao despertar, é o peso da vida, a dificuldade de viver, ou de viver nesta ou noutra condição, com esta fadiga, com este desejo. O cotidiano é aquilo que nos prende intimamente, a partir do interior. É uma história a meio-caminho de nós mesmos, quase em retirada, às vezes velada." CERTAU, Michael de. A invenção do cotidiano. 1. Artes do fazer. 13, ed. Tradução de Ephraim Ferreira Alves – Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
E somos todos "camaleões humanos", tais quais Zeligs, diluídos numa massa de milhões de habitantes, procurando nos adaptarmos e assim constituirmos nossa existência. É disso que fala a obra da Cris com a leveza e a personalidade que lhe é peculiar e imensa!

A discussão é, então, proposta por quem sabe dos papéis que tem e os desempenha com muita propriedade; mas justamente por não se resumir a eles percebe a pressão e a dificuldade de viver sob os mesmos.   

Que papel desempenhamos hoje, aqui, nesse lugar? Onde somos nós mesmos? E o que estamos construindo com as máscaras que escolhemos vestir a cada manhã?

Paulistanos que somos (ou que estamos!), como a cidade que tem mil temperaturas, mil estações todas num dia só, assim somos nós: mil faces ao mesmo tempo. E por trás de tudo isso, há um eu, um nós, um Leonard Zelig sobrevivendo.

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