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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Exposição: Panorama Zita Viana de Barros


A arte não tem lugar.
E assim como a street art precisa invadir os museus, o que está no museu deveria estar na rua, ao alcance e visão de todos, porque a institucionalização gera elitização. Toda arte deveria ser vista e discutida, porque a toda arte cabe questionamento e admiração.
E a prova de que a arte não tem lugar, nem hora, nem história, é a arte da Zita.
Aluna do Estudio Gravura, do Livio Abramo, em 1960, chegou a expor em Londres em 1967 na Young Brazilian Art, coletiva organizada pelo Royal College of Art, junto com diversos artistas, dentre os quais Helio Oiticica, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Antonio Henrique Amaral e Maria Bonomi. Dessa fase, há duas gravuras suas no acervo do MAM, inclusive.
Produziu até cerca de 1972, mesma época em que fora contratada para gravar as matrizes da Tarsila do Amaral, já no fim da vida.
Nessa época, teve os filhos e abdicou da arte. Foi ser apenas a Tia Zita dos alunos, dos sobrinhos, dos meninos do grupo escolar, além de mãe. Hoje, filhos criados, octogenária, voltou a pintar e a gravar.
Além das gravuras há óleos, pasteis e aquarelas que dão uma pincelada no panorama de toda a sua produção, seja a dos anos 60 ou a dos anos 2000.
A obra dela, interrompida, não foi refém da interrupção e da sua poesia. Sua arte, no limiar da contemporaneidade, ganha hoje o bar para inspirar a vida de todos os que produzem e poetizam, como ela mesmo gosta de ordenar, para que nunca desistam.
Essa exposição não estaria aqui sem a inestimável ajuda da Ana Luisa Duarte Garcia, do José Maurício Rocha, sem a generosidade de todos os colecionadores, Mara, Fredo, Célia – e claro! – sem a autorização da Zita!
Veja fotos da exposição.

No dia da abertura, contamos com o som de Luis Aranha.